Catholica 77: o triunfo da Ortodoxia após o Concílio de Nicéia
O Concílio de Nicéia, realizado em 325 d.C., foi um importante marco na história da Igreja, pois estabeleceu muitas das doutrinas fundamentais da fé cristã. Entre as questões mais controversas discutidas no concílio estava a natureza de Cristo e a relação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O triunfo da ortodoxia após o Concílio de Nicéia marcou um momento crucial na história do Cristianismo, pois estabeleceu as bases para a fé que é professada hoje pelos cristãos. A posição ortodoxa, liderada por Atanásio de Alexandria, afirmava que Cristo era da mesma substância que o Pai, enquanto a posição ariana defendia que Cristo era uma criatura divina, mas não da mesma substância que o Pai.
Santo Atanásio, que se tornou bispo de Alexandria em 328 d.C. lutou contra as ideias arianas, que negavam a divindade de Cristo, e defendeu a posição ortodoxa, que afirmava que Cristo era da mesma substância que o Pai. Em suas obras, Atanásio defendeu a doutrina da Trindade e argumentou que a negação da divindade de Cristo comprometeria a salvação dos cristãos.
Uma das obras mais famosas de Atanásio é "Contra os Arianos", na qual ele refuta as ideias arianas e defende a posição ortodoxa. Nessa obra, ele afirma que a fé em Cristo é a única forma de salvação e que negar a divindade de Cristo é negar a salvação.
Também foram fundamentais para a defesa e expansão da ortodoxia após o Concílio de Nicéia os chamados "Padres Capadócios": São Basílio Magno, seu grande amigo São Gregório de Nazianzo e São Gregório de Nissa, irmão de São Basílio.
Após o Concílio de Nicéia, muitas questões importantes ainda não haviam sido resolvidas, e a ortodoxia cristã enfrentava sérias ameaças de heresias e cismas. Os Padres Capadócios desempenharam um papel fundamental na definição da teologia cristã e na defesa da ortodoxia contra as correntes heréticas. Eles se dedicaram a elaborar uma teologia que fosse coerente com a doutrina estabelecida no Concílio de Nicéia, e também trabalharam para promover a unidade e a coesão da Igreja.