Episódio 87. O IV Concílio Ecumênico: Calcedônia
O IV Concílio Ecumênico: Calcedônia
O IV Concílio Ecumênico, também conhecido como Concílio de Calcedônia, foi realizado em 451 d.C. na cidade de Calcedônia, hoje parte de Istambul, Turquia. Convocado pelo imperador romano Marciano foi o Concílio com a participação do maior número de Bispos na antiguidade.
Este concílio foi uma resposta à controvérsia monofisita, que defendia que Cristo tinha apenas uma única natureza divina, ao invés de duas naturezas distintas, divina e humana. A controvérsia foi iniciada principalmente por Eutiques, um monge de Constantinopla, que defendia a ideia de que Cristo possuía uma única natureza - a divina. Ele argumentava que a natureza humana de Cristo foi absorvida por sua natureza divina, resultando em uma única natureza divina. Esta visão contradizia a doutrina até então amplamente aceita de que Cristo possuía duas naturezas distintas, uma divina e uma humana, coexistindo em uma pessoa. O apoio do do pseudo-Concílio de Éfeso em 449 a Eutiques e ao monofisismo causou um grande alvoroço na Igreja. De fato, tal reunião, por ter rejeitado a fórmula de união de 433 e substancialmente ter pervertido o sentido do verdadeiro Concílio de Éfeso de 431, foi apelidado de "Latrocínio de Éfeso".
O Concílio de Calcedônia rejeitou a visão monofisita e afirmou a doutrina das duas naturezas de Cristo em uma pessoa, conhecida como a União Hipostática. Esta doutrina declarava que em vista da unidade de Pessoa, Jesus Cristo deve ser reconhecido em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação".
Contudo, a decisão do Concílio de Calcedônia não resolveu completamente a controvérsia monofisita, que continuou a causar divisões na igreja, especialmente nas igrejas orientais.