Santo Agostinho

parte 7: graça e liberdade

Santo Agostinho abordou extensivamente os temas da liberdade e da graça em suas obras, em meio a polêmicas teológicas como a pelagiana e a donatista. Na polêmica pelagiana, Agostinho se opôs às visões de Pelágio, que enfatizava a capacidade humana de escolher o bem sem a necessidade da graça divina. Agostinho, por outro lado, defendeu a preeminência da graça de Deus, argumentando que a liberdade humana é verdadeiramente realizada quando alinhada com a vontade de Deus, sendo a graça divina essencial para a salvação e a virtude. No contexto donatista, uma controvérsia centrada na validade dos sacramentos administrados por sacerdotes considerados pecadores, Agostinho argumentou que a eficácia dos sacramentos não depende da santidade dos sacerdotes, mas da própria graça de Deus. As principais obras de Santo Agostinho que tratam desses temas incluem: 

1. "De Gratia Christi et de Peccato Originali" (Sobre a Graça de Cristo e o Pecado Original): Esta obra é uma resposta direta ao pelagianismo, enfatizando a necessidade da graça de Cristo para a salvação e a ideia do pecado original.
2.  "De Natura et Gratia" (Sobre a Natureza e a Graça): Agostinho discute a relação entre a natureza humana e a graça divina, argumentando contra a visão pelagiana de que a natureza humana por si só é capaz de alcançar a justiça. 
3. "De Spiritu et Littera" (Sobre o Espírito e a Letra): Aqui, ele explora a relação entre a lei (letra) e a graça (espírito), argumentando que a lei sem a graça é impotente e incapaz de levar à salvação. 
4. "De Correptione et Gratia" (Sobre a Repreensão e a Graça): Neste trabalho, Agostinho aborda como a graça de Deus opera na correção e conversão dos pecadores. 
5. "De Praedestinatione Sanctorum" (Sobre a Predestinação dos Santos): Esta obra trata da predestinação e da graça, argumentando que a salvação é um resultado da graça divina, não das ações humanas. 
6. "De Dono Perseverantiae" (Sobre o Dom da Perseverança): Aqui, ele discute a perseverança como um dom da graça, necessário para a continuidade da fé e da salvação.
7.  "De Gratia et Libero Arbitrio" (Sobre a Graça e o Livre-Arbítrio): Neste tratado, Agostinho explora como a graça divina e o livre-arbítrio humano coexistem e interagem. 
8. "Contra duas Epistolas Pelagianorum" (Contra Duas Cartas dos Pelagianos): Agostinho refuta os argumentos pelagianos contra a doutrina da graça.